segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sejamos todos Gays

Hoje mais um post que fala da vergonha dessa violência gratuíta por aí! Essa semana um rapaz aqui em Campo Grande foi espancando, com  por ser homossexual. Na madrugada do dia 15, o rapaz estava com um amigo no centro da cidade quando um carro passou por eles e um dos ocupantes o chamou de "veado". Quando o carro parou e dois deles desceram os rapazes correram achando que era assalto, um conseguiu escapar porém o outro não, sendo espancado duas vezes.



Confira a reportagem aqui.
Eu achei isso barbaridade, o rapaz sendo gay ou não pouco importa, a verdade é que os agressores distribuiram violência gratuíta e desnecessária, quantas vezes ouvimos que um grupo de jovens de classe média-alta espacaram alguma pessoa sem nenhum pudou ou escolha. Isso é vergonhoso, essa violência gratuíta. E sou da mesma opinião da vítima, que tem medo da polícia não se envolver e não ir atrás dos culpados por serem de posse!! Já vimos casos em que agressores com dinheiro saem impunes ou com castigos leves e imperceptíveis.

Passando por blogs a esmo eu encontrei um com a Tag: EU SOU GAY. Não sabia do que se tratava e devo admitir que não conhecia a história. E numa desagradavel coincidência eu me deparei com o a história de uma menina assassinada por ser homossexual.
Então resolvi postar aqui o texto do Projeto EU SOU GAY, em protesto também ao caso que ocorreu aqui em Campo Grande:

Sejamos Gays. Juntos:

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

O site do projeto: Aqui. Pretendo enviar minha foto ao projeto!
Esse é mais um protesto não silencioso contra a violência dos dias de hoje. Triste, mas a realidade!
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