domingo, 22 de julho de 2012

Novo colaborador, Bernard Cornwelll e As aventuras de sharpe

Bom, e aí pessoal, tudo bem? 
Meu nome é Guilherme (Guigs), o mais novo "colunista" do Inútil. completando vinte anos hoje, de Campo Grande/MS - aqui vou falar dos livros que eu li/estou lendo/vou ler, bem como filmes que eu assisti e gostei tanto que há aquela necessidade de compartilhar e dar uma opinião sobre a coisa! (vide Cisne Negro). 
No que tange aos livros, minhas postagens ficarão mais concentradas em livros que tratem de épicos medievais e guerras histórias, mas também vou falar bastante da geração Beat (beat generation, Jack Kerouac, Allen Ginsberg, John Fante, Charles Bukowski e toda essa geração de autores excelentes!). Na seção dos épicos medievais e história de guerra vou falar bastante de Bernard Cornwell (que inclusive acabou de me desejar os parabéns via Facebook! Dri morrendo de inveja)
May you have a really wonderful birthday!
É... meu nível de tietagem foi acima de nove mil. Bom... voltando ao que falávamos,  nesse post de estréia vou dar um geral sobre as obras do cara e falar especificamente de uma que é a minha favorita: As aventuras de Sharpe (também é chamado de As aventuras de um soldado nas guerras napoleônicas).


No geral, Cornwell é um excelente escritor, o cara consegue te alocar no campo de batalha com uma precisão ímpar! Os ambientes históricos que ele escolhe pras batalhas são sítios que são facilmente encontrados passeando pela Europa (um dia eu pretendo fazer um mochilão só pra visitar tais lugares) - a sua investigação histórica sobre os eventos que ele narra nos livros te dão uma visão diferente sobre a história, um exemplo que eu adoro utilizar é do das Crônicas de Artur (O rei do inverno, O inimigo de Deus e Excalibur), no começo do livro o autor já deixa claro que o tão famoso "rei" Artur não foi rei coisa nenhuma! E nenhum momento foi posta uma coroa na cabeça do nosso herói e falaram: toma aí cara! Reina a Britânia aí, falou? Na nota histórica ele também trata do debate da existência de Artur ou não, historiador de formação, Cornwell, correu atrás de fazer um levantamento histórico acerca desse fato. Claro fica difícil obter dados conclusivos sobre uma pessoa que vivem há mil e quinhentos anos atrás; porém ele chama a atenção para um fato curioso que aconteceu naquela época: o número de crianças com a variação do nome Artur reforçaria a tese da existência do nosso famoso "rei" de Camelot.


A par disso, uma coisa fantástica nas obras do autor é a personalidade que ele dá a personagens famosos (históricos ou não), ainda no gancho das Crônicas de Artur, claro que uma história sobre Artur, Lancelot, a Tavóla Redonda não poderia deixar de fora o nosso caro Merlin; o que eu posso dizer apenas do Merlin é que ele é a versão arcaica do House! Sério! A mesma personalidade sarcástica, com jogadas inteligentes e tudo mais, Cornwell destrói aquela imagem do bom velhinho todo vestido de cinza, com um chapelão pontiagudo e um cajado (espera, esse é o Merlin mesmo?) o cara é um druida mesmo, mas também fica clara a fragilidade pela idade do nosso feiticeiro. Na questão de figuras histórias, em As aventuras de Sharpe, uma figura bastante conhecida da história britânica, Sir ArthurWellesley, primeiro Duque de Wellington. ganha uma personalidade dura e fria, na época eu ainda não conhecia, mas quando li A Fúria dos Reis e assisti a a segunda temporada de Game of Thrones podem acreditar: Nosso Stannis Baratheon é o general das tropas britânicas durante da época do neoliberalismo pra cima da África e Índia, frio do mesmo jeito, duro do mesmo jeito e calvo do mesmo jeito (mas não tão bom com uma lâmina quanto no Rei Stannis) no mais, Cornwell tem essa habilidade de dar vida a personagens históricos e folclóricos com uma maestria que poucos possuem.

Um outro traço marcante da sagas e histórias de Bernard Cornwell é a linha de tempo. Bicho, é enorme! Stonehenge, por exemplo, se passa durante 45 anos, um único livro! Nas sagas então! Na série que eu vou falar, As aventuras de Sharpe, a coleção completa se trata de 24 volumes, é, 24, no primeiro livro, O Tigre de Sharpe, o protagonista: o recruta Richard Sharpe é um cara qualquer nas fileiras do exército britânico, no final do século XVIII, mais precisamente em 1799, é um garotão de 22 anos. ao final da série (já deixo o aviso, no Brasil apenas nove volumes estão traduzidos pela editora Record) ele é um oficial aposentado de 43 anos.


Bom dando agora o foco pra essa série, As aventuras de Sharpe é um dos trabalhos de Cornwell que eu mais gosto, além da ambientação excelente e todos os fatos narrados fazem parte de fato da história britânica, o protagonista tem características que apesar de muitas vezes jogarem contra a personagem o fazem ter um diferencial crucial no clímax da obra, diferentemente de outros protagonistas das obras de Bernard Cornwell, Richard Sharpe é um rapaz que cresceu rua, figura comum na Inglaterra do século XVIII, muito esperto, um cara que sabe de virar muito bem sozinho e que não fica naqueles debates morais de honra e do que é certo ou errado, não, o Sharpe tá ali pra fazer o dele e sabe que não pode depender de ninguém.

Nos anos 90 houve uma série sobre a obra, Richard Sharpe era interpretado por Sean Bean, o melhor Stark, Lorde Eddard
 Entretanto a vida de um recruta nas fileiras não é nada fácil, principalmente quando seu sargento te odeia e faz de tudo pra te ferrar, assim nos é apresentado Obadiah Hakeswill, o famigerado sargento que faz de tudo que pode para tornar da vida do recruta Sharpe difícil. Por vezes nós encontramos na série cenas em que Sharpe enfrenta Hakeswill (geralmente dando uma coça no sargento), segundo Cornwell, o sargento é de fato o nêmesis do protagonista.
É pessoal, batalhas épicas, lugares históricos, eventos que ficaram marcados na história (como a Batalha de Trafalgar por exempo - Sharpe em Trafalgar). Bernard Cornwell é um escritor que tem uma habilidade de criação de imaginação de tirar o folêgo. Tenham certeza, na primeira cena de batalha em que você se depara nos livros automaticamente se cai naquela mesma cena, é um mergulho de cabeça na obra, digno de grandes escritores.


Bom gente, é isso o que eu tinha pra falar sobre o Cornwell, espero que vocês tenham gostado do meu primeiro post aqui no blog ;)


ps. Agora eu vou lá curtir meu dia






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3 comentários:

Adrianna Alberti disse... [Responder Comentário]

Eu gosto muito dos meus colaboradores, eles escrevem tão melhor que eu *-*
Um dia serei famosa pelas resenhas de vocês... hehehe

Eu quase fiquei afim de de comprar essa série, mas aí não me encantou o período histórico...
Fiquei afim de novo... pena que é enorme e ainda não traduziram todos #mimimi

Bem vindo Guigs, muitos posts para nós hehehe

Tânia Souza disse... [Responder Comentário]

Cornwell com detalhes e numa visão apaixonada, também eu não li nada do autor, mas várias vezes já peguei nas mãos e acabei desistindo, depois desse texto, vou colocar oficialmente na lista.

Bem vindo, gostei bastante do seu estilo de escrita.

Anônimo disse... [Responder Comentário]

Tb sou grande fã do autor, que conheci na bienal passada no Rio de Janeiro. Acabei de ler Azincourt e vou partir para o 5o vol das cronicas saxonicas e em breve sairá o vol 6. O mais recente a sair no Brasil foi "O Forte", proximo da fila...quem quiser saber mais pode acessar http://www.bernardcornwellbr.net/index2.htm